Hoje, depois de tomar café na padaria, fui ler meu livro numa praça perto de casa. O tempo estava agradável, uma brisa fria e seca dava conta de refrescar o corpo do mormaço que escapava do céu nublado. Mesmo absorta na minha leitura, não pude deixar de perceber uma criança aprendendo a andar em sua bicicleta nova. Ela parou bem ao meu lado e não conseguia continuar por causa de uma pequena elevação no chão, seu pai – distante uns 50 metros – gritava:
-- Vamos lá, filha! Força na perna!
Após várias tentativas e bastante esforço para uma menina de cinco anos, ela arrancou e saiu toda faceira. Logo atrás dela, passou também ao meu lado, sem problema com a elevação do piso, uma velha senhora, magra, retorcida, olhar penoso e cabelos esgrenhados, sendo empurrada numa cadeira de rodas.
Minha garganta secou, minha cabeça pesou e demorei um bom tempo para voltar à minha leitura.
-- Vamos lá, filha! Força na perna!
Após várias tentativas e bastante esforço para uma menina de cinco anos, ela arrancou e saiu toda faceira. Logo atrás dela, passou também ao meu lado, sem problema com a elevação do piso, uma velha senhora, magra, retorcida, olhar penoso e cabelos esgrenhados, sendo empurrada numa cadeira de rodas.
Minha garganta secou, minha cabeça pesou e demorei um bom tempo para voltar à minha leitura.
Um comentário:
Glup.
Que sadismo do acaso.
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