Faz o seguinte: quando chegar em casa, derrube todos os meus livros, esparrame-se pela estante e diga que não sai de lá de jeito nenhum. Mas tem que ser firme e ter argumentos suficientes para eu não catar nenhuma livreta de poeta vagabundo, tacar na tua cabeça e te mandar sair dali. Tem que me oferecer cores, palavras, sabores, mundos, imundos e até cheiro de papel velho, não ligo. Quanto à interpretação, deixe por minha conta. Se você me convencer, expando o céu da minha semântica e te encontro até em notações fonéticas de dicionário chinês com explicação em russo. Faço de tuas estrelas minhas palavras, da tua existência meu pensamento, da tua caneta meu escudo, do teu corpo nosso sexo e das vírgulas, cúmplice. Esparramarei meu corpo sobre todas as folhas de papel branco e não organizarei as paixões em ordem alfabética, elas não terão nome. Colocarei teu lápis entre os seios e a tua frase predileta no umbigo. Terei olhos de Capitu, corpo de Iracema, rosto de Lolita e sexo de Tieta. Depois saio para buscar aquele peso de pedra que segura os livros para não caírem.
6 comentários:
Olá... adorei isso!!!
Te descobri no blog da Su (Haspargus).
Lindas palavras e suas colocações.
Beijo,
Giovana.
Olá, Giovana.
Obrigada pelo comentário, fico mais feliz ainda por saber que vieste de tão boa referência :) também sou fã da Su.
Sinta-se em casa no Ás ;)
Beijos
Olá!
Mais uma vez parabens por escrever de maneira tão bela!
Beijos!
Olá, Luis.
Gracias. E não pense que esqueci de você, só deixa o furacão que está sobre minha cabeça passar. E te garanto que, com um céu bem limpo, poderei saborear melhor os teus textos ;)
Grandes beijos
viu? é só parar de teorizar que dá certo. beijo.
Haha, que foi isso?
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