terça-feira, 25 de julho de 2006

Eu gosto de pessoas assim...

que viajam. Não precisa viajar muito, tampouco ter uma imaginação digna de um espetáculo pirotécnico da Disneylândia. Basta ser, hum, diferente. E, isto sim, é muito difícil. Muitas vezes, uma mera colocação, ou uma dúvida simples – porém instigante –, ou um comentário útil, uma relação pertinente impressiona-me mais do que qualquer discurso bacharelesco acompanhado de verborragias e analogias prolixas. É só a conversa enveredar pelos campos de domínio do indivíduo, pronto! O circo está montado e seu ouvido também.
Se a pessoa é mestre ou doutor no assunto, prepare-se, tudo o que você disser será mera redução e todo comentário teu não abarcará o conglomerado de pressupostos que o dito cujo considerou nas primeiras oitenta e cinco páginas de sua tese (em Times 10, espaçamento simples). E, em tempos de “nova etiqueta urbana”, você será obrigado a ouvir tudo atentamente.
Nenhum preconceito com quem teve a coragem de enfrentar uma defesa acadêmica, pelo contrário, é admirável. Aprendi, aprendo e aprenderei muito com alguns deles, mas, como podem perceber, eu falava dos chatos. Fala-va, porque eu comecei o texto tratando de quem eu gosto e pouco me importa quem não se inclui nesta categoria.
É claro que para ter a habilidade de ser tão fascinante com tais sutilezas, é necessário um certo requinte vocabular, um charme pessoal, uma inteligência peculiar, um cafezinho e, por último e não menos importante mesmo, simpatia. E hoje, ao que tudo indica, parece-me que encontrei a agradável reunião destas características: num... livro (o cafezinho fica por minha conta).
Aquela velha história, porém adulterada: “não li e gostei”. Só o levantamento da questão do autor já me agradou, nem sequer fui procurar a obra na livraria – ainda. Tal é a suscitação que o livro despertou em mim, que, no próximo post, pretendo discorrer sobre o mote alheio. Curiosos? Eu também. Por mim, começaria agora, mas o texto ficaria longo e, por experiência bloguística, a tendência é torção de nariz e leitura por educação.
Só vim avisá-los e, óbvio, gerar algum suspense.
Para não deixá-los cabisbaixo e arrastando vossos pezinhos no chão (afinal, já é o terceiro post que não me “exercito”), discorrerei sobre uma constatação cotidiana e, sendo assim, permito-me a abrupta e abismal mudança de assunto para o tema aí debaixo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Queria ser uma dessas pessoas que você mencionou, mas não tenho todas as qualidades. Mas o que importa mesmo é que gosto de viajar nos assuntos mais estranhos e ter as opiniões mais diferentes possívels, bem, você me conhece :). E também adoro as pessoas que viajam xD
E que livro é esse que te interessou tanto, hein, hein?
Bjo.

Anônimo disse...

Não se subestime tanto. Quanto ao livro, chama-se o "O último leitor". Pelo que eu li, o escritor parte daquela pergunta clichê "que livro você levaria para uma ilha?" para uma análise mais interessante: "que tipo de leitor você seria nesta ilha". Só isto que sei sobre o livro, mas já adorei. Por enquanto, ainda estou no alto das "montanhas mágicas" (Thomas Mann), quando descer (ou seja, terminar o livro), pretendo escrever sobre isto. Beijoss!!