segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

No meio do caminho há duas mãos

Escrevo por medo das palavras e da ausência delas.
Escrevo pelo medo do silêncio reprimido e do verbo mal usado; do silêncio mal usado e do verbo reprimido.
Escrevo para capturar alguma coisa no caminho entre o coração e o cérebro. E no meio do caminho, há duas mãos. Uma pedra em cada uma.
Forço todos os elementos da inter-comunicação, nada eficiente, entre cabeça e lado-esquerdo-do-peito a descerem alguns centímetros em direção à ponta dos meus dedos e disparo todas as fúrias sem saber exatamente a origem delas.
Mas alguma coisa anda errada: pedras se digladiam no cérebro, o coração se preocupa com a sintaxe, e as mãos estão tão meigas quanto qualquer suspiro doce do primeiro amor de uma criança.

10 comentários:

Anônimo disse...

E eu escrevo porque tenho medo de você. Te admiro em cada palavra que usa, em cada coração que toca, em cada raciocínio argumentado. Custa-me saber que não cairá em palavras perdidas de amores inventados... e eu fico aqui, perdido, sem saber exatamente por onde começar.

Ana Clara disse...

Que tal pelo nome?

Anônimo disse...

Por onde começar. Eis uma boa dúvida. Cada um tem um começo...
Sentimos quando as coisas andam erradas... o sexto sentido nos avisa... dispara o alarme, mas o coração muitas vezes nos faz cegos... nos apaga o sexto sentido...e ficamos assim... sem saber por onde começar...

Anônimo disse...

Pois é, Sandrinha. Ando tão cego de amor que só vejo esta garota na minha frente. Não vou me revelar, já cerquei-a por todas as vias e seus amigos não deixam dúvidas: eis um coração seleto e exigente. Admiro-a à distância... quem sabe um dia...
E quanto ao nome, minha cara Ana Clara, já entreguei meu coração a você (mesmo que você não saiba e não veja), o nome... pouco importa.

Anônimo disse...

Eu costumo escrever para exorcizar ôs demônios que insistem em morar na minha cabeça. O problema é que quando eles saem de férias, sinto a maior saudade de escrever para exorcizar todos eles... Gostei do seu blog. Vou te linkar, ok? Bjs

Ana Clara disse...

Também sinto falta se não escrevo. As mãos são uma ótima válvula de escape e podem revelar, em alguns casos, o complemento do que se vê nos olhos, ou na cabeça, ou no coração, ou em tudo... um ótimo indicador, eu diria.
Obrigada pelo comentário, vou te linkar também ;)
Seja bem-vinda
Beijos

Su disse...

Você tem uma escrita dos diabos, menina, gostei muito, mas ainda li pouco. Vou comentando aos poucos, mas a partir de hoje será minha parada certa.
Beijos!

Ana Clara disse...

Obrigada pelo elogio, Su.
Confesso que dei uma espiadinha no seu ;) e também vi que compartilhamos do mesmo "céu" (da boca). :D
Seja bem-vinda!
Beijos

Anônimo disse...

Porque sou um turbilhão de sentimentos.. e se não escrevo, explodo!

Su disse...

Compartilhamos do mesmo céu sim, é verdade! (coisa estranha porque, como já disse, a tua escola é outra). Mas não foi beirando o céu que te encontrei não, viu. Foi pela casa da dona do tridente que anda desmanchando as nuvens de lá de cima...
Beijão!