sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

O tempo cabe num ponto final
e o futuro é um monte de reticências jogadas no céu.
Como quem juntasse todo o tempo do mundo
na mão em concha
e assoprasse inadvertidamente todos os pontos finais
que se perdem reticentes no horizonte
Não adianta buscar
estão todos perdidos
Adianta, quem sabe, voar

sem vento
sem plano
sem fogo
sem casa
sem pai
sem mãe
sem mão
sem cão
sem sim
sem não
Sim, com asa
voar e voir

No instante em que o verbo
elE,
que se uniu à virgem vírgula,
você dominar


[exercício de preparação para leitura ou "homenagem a um livro não-lido" ]

9 comentários:

Thiago Borges disse...

Cabe num ponto final ou num cactus!
hmmm...creio que leremos logo, nao é?

Ana Clara disse...

Ou num cactus que parece um ponto final com três apóstrofos ;)
Sim... preciso achar logo. Vc, apressadinho, já comprou :\
hehehehe
Beijos

Anônimo disse...

Ei, minha cara,
o tempo está em pauta.
E perdido ou não... em meu coração o tempo espera.

Ana Clara disse...

Ai, começou

Su disse...

Correr atrás de reticências e deixar cair as vírgulas que nos separam de nossos predicados.

Adorei!

Beijos.

Anônimo disse...

Olá!

Eu estava vasculhando pela web por material de leitura, gosto de escavar por bons escritores como você.

Congratulações de um simples leitor!

obs: o tempo cabe no ponto final, e vida é escrita por entre as vírgulas.

Anônimo disse...

Olá!

Eu te encontrei enquanto vasculhava
pela web por coisas para ler!

Congratulações de u leitor impressionado!

Abraços!

Se o tempo cabe em um ponto, a vida é escrita por entre as vírgulas!

Anônimo disse...

Sempre gostei das reticências...

Camis disse...

perfeito!