sexta-feira, 13 de setembro de 2002

Paulo Henrique Amorim dá palestra na FACAMP


Informativo Ana Clara
Paulo Henrique Amorim, 59, jornalista compareceu hoje na FACAMP (Faculdades de Campinas) onde deu uma palestra sobre a realidade da imprensa no Brasil.

Amorim abordou vários aspectos da imprensa brasileira classificando-a como totalmente parcial "incapaz de relacionar fatos que prejudicam o governo" e que fica muito pior durante o período eleitoral, "é muito mais recompensador ler o La Nación (Argentino) do que qualquer outro jornal carioca ou paulista".

O jornalista cita três pontos principais para este problema do governismo na imprensa: A crise econômica nos Meios de Comunicação criando, assim, uma espécie de vínculo direto do meio com o capital emprestado e, consequentemente, uma submissão ideológica. A mudança de foco do jornalismo brasileiro "progressivamente o jornalismo saiu da reportagem e foi para a opinião, sendo assim o que prevalece é a opinião do governo" e, por fim, a supressão dos debates públicos, pois não há espaço para divergências, ou seja, não há um veículo de peso que sustente, ou pelo menos dê abertura para uma posição oposicionista.

Paulo Henrique criticou a política econômica do atual governo e completou "Qualquer um que assumir, com exceção do Serra, vai comer o pão que o diabo amassou. A herança de FHC é furesta", relacionando o comportamento da mídia frente a esta crise que o Brasil está enfrentando.

Com esta absoluta perda de objetividade e a desvalorização do trabalho do repórter, a produção de uma reportagem longa, seguida da discussão com especialistas da área é essencial para a realização de uma boa matéria, segundo o palestrante. Adotando esta fórmula como regra de vida profissional, Paulo Henrique Amorim finalizou a palestra.

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