quinta-feira, 27 de julho de 2006

Faço-me entender desde já: minha vida acadêmica está distribuída em pastas de arquivos de computador. Nada demais não fosse a minha vontade incontrolável de tê-la disponível em pastas palpáveis, organizadas, etiquetadas e devidamente encaixotadas tal como estão vários registros "intelectuais" desde os meus quatro anos que não ultrapassam um aglomerado de "rabisqué" colorido, palitos colados e recortes de revista.
Os fervorosos adeptos da tecnologia diriam: não seja por isto, minha cara, imprima-os e guarde. Os salutares greenpecianos acrescentariam uma resma de condenações ecológicas pelas árvores cortadas para manter apenas uma frescura tátil e, por fim, eu me veria diante do primoroso impasse de arranjar mais um lugar no meu, já tão estreito e amontoado, apartamento.
Deixo claro: trata-se de uma boa parte das minhas "produções", não todas e nem as melhores. Algumas devem estar nas mãos dos meus professores, outras na diretoria, outras perdidas, outras na casa da mãe e outras coloco aqui.
Diante desta angústia tátil, visual e – sinceramente – afetiva, fui buscar no computador alguma coisa para colocar neste blog. E, caminhando pelas pastas, detectei um fenômeno nada interessante e nada extraordinário, apenas curioso. Na pasta que eu intitulei "Literatura" – mais pelo nome institucional da disciplina do que por um critério objetivo pessoal de definição dos temas – encontrei um amontoado de textos e pesquisas, de certa forma, sobre literatura, mas completamente jornalístico. Explico-me: a linguagem era essencialmente jornalística, não havia nenhum "exercício literário", por assim dizer. Até os temas e propostas de redação em que, acredito eu, o professor tentara buscar despertar esta "veia" letrada, o resultado foi desconfiável para não dizer desastroso.
No entanto, na pasta "PDJ" – referente à Produção e Difusão – que, institucional e disciplinarmente, está relacionada à produção de matéria estrito senso, havia um contingente considerável de textos, digamos, de treinamento. Seria muita pretensão dizer que escrevi alguma coisa neste sentido – literatura –, mas o esforço textual com este viés foi encontrado, em grande parte, nesta pasta.
Pus-me a pensar se isto, de alguma forma, se tranpôs para a minha subjetividade, interpretação e apreensão de ambas particularidades (literatura e jornalismo)...
Ainda estou pensando....

5 comentários:

Anônimo disse...

Aproveitando o começo do assunto pra viajar um pouco também, tenho que dizer que esse negócio de guardar coisas importantes como algo não-palpável é muito estranho. Estava pensando nisso antes de ler seu texto, ontem a tarde, quando perdi muito tempo organizando meus arquivos no computador (e ainda não acabei). Estranho eu perder muito tempo organizando algo que existe e não existe ao mesmo tempo, bizarro o.o'
Ah, e poste algum texto seu daquela época, quem sabe os leitores de seu blog possam de ajudar na sua dúvida cruel xD
Bjo.

Ana Clara disse...

É... a despeito dos greenpeacianos, acho que vou imprimir tudo e guardar numa pasta. Atolado por atolado, meu ap já está. Um amontoado de papel a mais creio que pode até fazer um charme... haeiuhaiuehaiueh
Valeu pela sugestão... mas pretendo fazer também o processo contrário: vou procurar, na casa da mãe, produções à lápis e à caneta e colocá-las aqui. É a tecnologia estendendo suas raias de dominação... :\\\\

Anônimo disse...

:P não acredito que lí isso até aqui.
boa.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Ana Clara disse...

P, seja bem-vindo!
Obrigada pelo comentário e pela visita!!
Beijos